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A personagem Scarlet O'hara ( E o vento levou...) com vestido de crinolina, na época da guerra civil americana |
CRINOLINA: Armação em formato de balão usada sob as saias em meados do século XIX.
Já falei que li a série toda da escritora Laura Ingalls Wilder (1867-1957), pioneira americana, que conta de forma muito agradável e para todas as idades, a conquista do oeste americano por ela e sua família.
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Laura Ingalls Wilder |
Nos livros ela fala dos vestidos de crinolina, das anquinhas e da revista de moda Godey's Lady's Book, coisas que não faltavam no universo feminino da época.
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Godey's Lady's Book- December 1859 |
As lindas saias de crinolina ou
hoopskirts, foram moda mundialmente entre 1852 e 1870.
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Englishwoman's Domestic Magazine - February 1862 |
Como retratam as revistas de moda da época.
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Mme. Demorest's Mirror of Fashion - July 1865 |
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Peterson's Magazine- -July -1861 |
Eram inicialmente feitas
artesanalmente, com crinas de cavalo trançadas (daí vem o nome, crina-linho)
mas, a partir de 1855 passaram a ser produzidas pela indústria, utilizando-se tirantes, barbatanas de baleia e finos arames de aço.
Conta-se que Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, governou a França de 1848 a 1852 como
presidente da República e de 1852 a 1870 como imperador. Ele era casado com a
belíssima nobre espanhola Eugênia de Montijo, mulher refinada e de grande inteligência,
que detestava o desconforto produzido pelas 9 anáguas engomadas que eram usadas
para armar as saias na corte.
Havia uma fábrica de espetos, em processo
de falência, chamada Peugeot (a Peugeot foi salva da falência e após 1870 ela passou a produzir guarda-chuvas, depois bicicletas até chegar a automóveis) que em um belo dia de julho de 1854, recebeu a ilustre visita da imperatriz
que lhes trouxe um desenho seu de uma espécie de gaiola feita de finíssimos
aros de arame e que, desde então, tornaria a indumentária feminina muito
mais leve e mais arejada. A crinolina.
Algumas saias chegavam a ter 3 metros de largura e eram motivos até mesmo de risos:
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Cartoon da época, satirizando um vestido de crinolina |
A França tornou-se
líder mundial no universo da moda e o nome da bela Eugênia passou a
estar associado, às “maisons” de alta costura.
Após a Guerra Franco-Prussiana, com o final do 2º Império e o exílio de Napoleão
III e Eugênia, as crinolinas caíram em descrédito, sendo substituídas pelas tournures (anquinhas)
que armavam apenas a parte de trás das saias e vestidos. Estas foram usadas até
o final da década de 1880.
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Vestidos com anquinhas |
Embora parecessem inofensivas, as
crinolinas ofereciam riscos às senhoras da época. Era extremamente vulnerável às
ventanias, por seu formato de balão: há relatos de mulheres em portos que
foram levadas ao mar e se afogaram. Também consta que no ano de 1863, no Chile, entre 2000 e 3000 pessoas morreram num
incêndio em uma igreja, quando um lampião ateou fogo a um véu na parede e as
pessoas tentaram correr para a saída, mas as mulheres com esse tipo de
vestuário acabaram por bloquear a porta. A segunda esposa do poeta Henry W. Longfellow, morreu em chamas ao derrubar uma vela
no seu vestido.
De qualquer forma, vale a pena lembrar
esses lindos vestidos que parecem peças de contos de fadas.
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Barbie, como a personagem de Scarlet O'hara em vestido de crinolina |
Mas caso você
queira ver como ficaria em um desses e sinta alguma dificuldade em encontrar ou
confeccionar uma crinolina, pegue emprestada a barraquinha de brincar de seus
filhos ou dos sobrinhos, jogue umas cortinas por cima, como fez Scarlet O’hara
e tire umas fotos...depois me manda! Brincadeirinha, rsrsrsr.
Pra quem ainda estiver curioso, assista a estes vídeos e não reclame mais na hora de se vestir!
Fonte: thefashionhistorian.blogspot.com, lizblogsla.com, vintagevistorian.com, wikipedia.com