quarta-feira, 7 de março de 2012

O aniversário da mamãe

     Pois é, aniversário em março aqui em casa é o que não falta. A família está cheia de "marcianos". Se marciano existe ou se é verde isso não sei , mas que minha mãe, como "marciana" legítima tem o verde disparado em tudo, isso é verdade! É verde no tapete, na almofada, na colcha, na roupa e é claro nas plantas. 
   Ela gasta horas cuidando das inúmeras plantinhas que tem: árvores frutíferas, com flores, sem flores, basta ter um pedacinho de terra que lá vem mais uma mudinha de alguma coisa. 
     Na casa de minha mãe tem pé de lima, manga, goiaba, jabuticaba, romã, graviola, nêspera (ameixa amarela), mexerica ponkan, banana... Isso é uma coisa boa principalmente pra quem tem crianças, dá pra comer  banana que madura na hora certa, uma salsinha fresca, um chazinho pra resfriado, tudo de bom, mas dá trabalho, tem que ser mesmo quem gosta de planta e verde e essa pessoa é minha mãe. Nunca vi outra igual! Faz de tudo pra defender uma plantinha.
   Mas cultiva muita coisa bonita...
     Porém, a flor de que ela mais se orgulha é essa que chamamos de "Dama da Noite" mas acredito que tenha um outro nome. Abre todos os botões de uma só vez , em uma única noite. 

     Geralmente no verão floresce quase que a cada mês e depois passa um tempo descansando. 
      É linda, perfumada e as flores saem das folhas, se parece com um pássaro:
     Bom, mamãe, feliz aniversário e que muito Deus lhe abençoe! E minha homenagem pra mamãe é...uma flor, rsrsr.
Fotos: arquivo pessoal

terça-feira, 6 de março de 2012

Os maravilhosos vestidos de crinolina

A personagem Scarlet O'hara ( E o vento levou...) com vestido de crinolina, na época da guerra civil americana
   CRINOLINA: Armação em formato de balão usada sob as saias em meados do século XIX.

     Já falei que li a série toda da escritora Laura Ingalls Wilder (1867-1957), pioneira americana, que conta de forma muito agradável e para todas as idades, a conquista do oeste americano por ela e sua família.
Laura Ingalls Wilder
     Nos livros ela fala dos vestidos de crinolina, das anquinhas e da revista de moda Godey's Lady's Book, coisas que não faltavam no universo feminino da época.
Godey's Lady's Book- December 1859 
     As lindas saias de crinolina ou hoopskirts, foram moda mundialmente entre 1852 e 1870.
Englishwoman's Domestic Magazine - February 1862
     Como retratam as revistas de moda da época.
Mme. Demorest's Mirror of Fashion - July 1865
Peterson's Magazine- -July -1861
     Eram inicialmente feitas artesanalmente, com crinas de cavalo trançadas (daí vem o nome, crina-linho) mas, a partir de 1855 passaram a ser produzidas pela indústria, utilizando-se  tirantes, barbatanas de baleia e finos arames de aço.


     Conta-se que Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, governou a França de 1848 a 1852 como presidente da República e de 1852 a 1870 como imperador. Ele era casado com a belíssima nobre espanhola Eugênia de Montijo, mulher refinada e de grande inteligência, que detestava o desconforto produzido pelas 9 anáguas engomadas que eram usadas para armar as saias na corte.
     Havia uma fábrica de espetos, em processo de falência, chamada Peugeot (a Peugeot foi salva da falência e após 1870 ela passou a produzir guarda-chuvas, depois bicicletas até chegar a automóveis) que em um belo dia de julho de 1854, recebeu a ilustre visita da imperatriz que lhes trouxe um desenho seu de uma espécie de gaiola feita de finíssimos aros de arame e que, desde então, tornaria a indumentária feminina muito mais leve e mais arejada. A crinolina.
     Algumas saias chegavam a ter 3 metros de largura e eram motivos até mesmo de risos:
Cartoon da época, satirizando um vestido de crinolina
     A França tornou-se líder mundial  no universo da moda e o nome da bela Eugênia passou a estar associado, às “maisons” de alta costura.
     Após a Guerra Franco-Prussiana, com o final do 2º Império e o exílio de Napoleão III e Eugênia, as crinolinas caíram em descrédito, sendo substituídas pelas tournures (anquinhas) que armavam apenas a parte de trás das saias e vestidos. Estas foram usadas até o final da década de 1880.
Vestidos com anquinhas
     Embora parecessem inofensivas, as crinolinas ofereciam riscos às senhoras da época. Era extremamente vulnerável às ventanias, por seu formato de balão: há relatos de mulheres em portos que foram levadas ao mar e se afogaram. Também consta que no ano de 1863, no Chile, entre 2000 e 3000 pessoas morreram num incêndio em uma igreja, quando um lampião ateou fogo a um véu na parede e as pessoas tentaram correr para a saída, mas as mulheres com esse tipo de vestuário acabaram por bloquear a porta. A segunda esposa do poeta Henry W. Longfellow, morreu em chamas ao derrubar uma vela no seu vestido.
     De qualquer forma, vale a pena lembrar esses lindos vestidos que parecem peças de contos de fadas. 
Barbie, como a personagem de Scarlet O'hara em vestido de crinolina 
     Mas caso você queira ver como ficaria em um desses e sinta alguma dificuldade em encontrar ou confeccionar uma crinolina, pegue emprestada a barraquinha de brincar de seus filhos ou dos sobrinhos, jogue umas cortinas por cima, como fez Scarlet O’hara e tire umas fotos...depois me manda! Brincadeirinha, rsrsrsr.
     Pra quem ainda estiver curioso, assista a estes vídeos e não reclame mais na hora de se vestir!

Fonte: thefashionhistorian.blogspot.com, lizblogsla.com, vintagevistorian.com, wikipedia.com

segunda-feira, 5 de março de 2012

Villa-Lobos, 125 anos.


     
     Heitor Villa-Lobos nasceu em 5 de março de 1887, no Rio de Janeiro. 
    Foi o maior compositor modernista brasileiro (e das Américas), compondo mais de mil obras.
 Maestro, arranjador e professor, seus instrumentos eram o violoncelo, que tocava desde menino e o violão; compôs também inúmeras peças para piano, pois foi casado com uma pianista.
   Sua grande admiração pela música indígena e dos sertões do Brasil fizeram de Villa-Lobos um compositor único, rompendo com os padrões da música acadêmica existente na época, fazendo com que fosse reconhecido mundialmente, sendo o primeiro brasileiro convidado a reger uma orquestra sinfônica americana (Boston e Nova York).
     Foi excelente educador musical e por seu grande empenho, em 1932, foi instituído o ensino obrigatório de música e canto orfeônico nas escolas brasileiras. Foi  criado também, o Curso de Pedagogia de Música e Canto Orfeônico, ministrado por ele.
     Nessa época, fez uma apresentação pública histórica de 13.000 vozes, formada por alunos das escolas primárias, secundárias e do Instituto de Educação, além do Orfeão dos Professores. Esses espetáculos corais ao ar livre,  mais conhecidos como "concentrações orfeônicas", chegam a reunir até 44.000 vozes. Promoveu também, pela primeira vez no Brasil, uma série de concertos didáticos, voltados para a juventude. Suas composições dedicadas ao ensino, principalmente para piano são belíssimas e relevantes. 
     Faleceu aos 72 anos, em 17 de novembro de 1959, mas seus anos de vida, dedicados à musica, foram vividos intensamente.

     Quem entrar no endereço de seu museu: www.museuvillalobos.org.br vai se admirar quando começar a ler a Cronologia Ilustrada do Maestro.
Partitura das Bachianas Brasileiras n° 5, dedicada a segunda esposa, Mindinha
     Entre suas obras mais populares, estão as ”Bachianas Brasileiras” (tinha grande admiração pelo compositor alemão do período barroco, J. S. Bach), Uirapuru, O Trenzinho do Caipira, entre outras.  

     No vídeo abaixo, produzido pela BBC em 1968, a Ária da Bachiana n° 5 (Cantilena). Nana Mouskouri (soprano) e John Williams (violão).

fontes: blogcoisasnossas.blogspot.com, mac.usp.br, tribunadomusico.blogspot.com, museuvillalobos.org.br

sábado, 3 de março de 2012

O piano de Jane Austen


Piano semelhante ao que Jane Austen possuia
    Jane Austen, considerada a maior escritora inglesa (apenas depois de Shakespeare ) também tinha o piano em alta estima. 
  Consta que iniciou seus estudos no instrumento com a idade de nove anos, com Cassandra sua irmã e grande amiga. Elas freqüentaram a Escola de Abbey em Reading, da primavera de 1785, até o inverno de 1786. No entanto, os Austens não possuíam piano e acabaram tendo que pedir um emprestado a uma prima, para poderem praticar. 
    Utilizaram os livros que a Sra. Austen possuía quando criança no período de 1780 a 1790 e então Jane copiou e organizou os volumes que estão na posse do Jane Austen Memorial Trust.
Manuscritos de Jane Austen
     Quando a situação financeira da família Austen melhorou, um piano foi comprado e Jane teve aulas com um professor, organista assistente da Catedral de Winchester, mas após a mudança para Bath (1801) em virtude da rápida aposentadoria do Sr. Austen o piano de Jane teve que ser vendido. 

Primeira residência da família Austen em Bath
     Não há registros de que houve pianos em nenhuma casa em que residiram em Bath e tudo leva a crer, que a falta de um piano e de um jardim, desempenharam um papel importante em sua depressão e um declínio em sua produção literária durante este período. 
     A mudança para Southampton, em 1807, trouxe muita alegria para Jane. 
     Apesar de a casa não estar em excelente estado de conservação, tinha um grande jardim e ela pode finalmente obter um piano (parece ter sido um piano Stodart) como mostra um trecho de uma carta de Jane para Cassandra, escrita em 27 de dezembro de 1808: 
...yes, yes, we wil have a pianoforte, as good as can be got for thirty guineas, and I will pratice country dances, that we may have some amusement for our nephews and nieces, when we have the pleasure of their company. 
...sim, sim, nós teremos um piano, tão bom quanto pode ser obtido por trinta guinéus (primeira moeda de ouro britânica feita à máquina extinta em 1813) e eu vou praticar danças folclóricas do país e poderemos ter alguma diversão para nossos sobrinhos e sobrinhas quando tivermos o prazer da companhia deles. (livre tradução)
Casa onde viveu Jane Austen em Chawton, atualmente Jane Austen House Museum.  

    Pois é, é pra ver como um jardim e música de qualidade é fonte de inspiração...

Fontes literárias:
  • Austen-Leigh. W and R.A. and Le Faye D. Jane Austen - A Family Record. The British Library. London 1989 pp53-55. 
  • Tomalin, Claire. Jane Austen - A life. Penguin Books London 2000 p62. 
  • Austen, Jane. My Dear Cassandra. Penelope Hughes-Roberts (Ed) Collins and Brown. London 1994 p74.
  • www.jasa.net.au 

Fotos: www.livingliteratura.co.uk, www.austenonly.com, www.rippleefects.wordpress.com, www.janeaustenworld.wordpress.com

quinta-feira, 1 de março de 2012

Moon River e o aniversário de papai

     
     Conheço essa maravilhosa melodia desde sempre, aliás, cresci ouvindo Moon River pelos LP’s que meu sempre escutava quando estava em casa.


     Saía cedo e chegava tarde, cumpria duas jornadas de trabalho e a gente (eu e meu irmão) não víamos a hora que ele tinha uma folga pra ”curtir” a companhia do papai.
     Mesmo assim, ele sempre foi muito dedicado e presente e me lembro mais do tempo em que estávamos juntos do que do tempo que ele estava longe trabalhando.
     Meu pai sempre gostou das orquestras de Billy Voughn, Paul Mauriat, Henry Mancini e aquelas músicas inesquecíveis, mas Moon River é minha predileta! 

     Lembra a minha infância, alegre e serena e me lembra meu pai. 
    Hoje ele completa 78 anos e essa é minha homenagem musical. 
     Parabéns papai, que Deus te abençoe muito!
     Beijos!     
     
     Abaixo, um vídeo lindo com a Orquestra de cordas da Lviv Universidade Politécnica Nacional da Ucrânia e solo de flauta de Hrystyna Andruhiv. 
     Assistam, pois vale a pena dar esse presente aos ouvidos...